domingo, 14 de junho de 2009

QUESTÕES DE COMPREENSÂO TEXTUAL NAS AULAS DE PORTUGUÊS

Relendo o artigo, "Questões de compreensão textual nas aulas de português", de *Karen Sabá, uma amiga, fiz a postagem de seu artigo (com sua permissão, é claro!), que trata sobre questões de compreensão textual e tipologias de perguntas contidas em livros didáticos, perguntas estas, que nem sempre ajudam no desenvolvimento das competências comunicativas dos discentes.
Agora... Vamos a leitura do artigo!


QUESTÕES DE COMPREENSÂO TEXTUAL NAS AULAS DE PORTUGUÊS


O ponto de partida dessa análise é o texto de Marcuschi (2001) sobre o LDP, pois a leitura deste texto nos levou a refletir sobre os exercícios de compreensão textual, que chegam às salas de aula via livro didático de português (doravante LDP) em sua maioria representado por exercícios de cópias e transcrições dando pouca (ou quase nenhuma atenção) ao que realmente se deseja como compreensão textual. Nossas reflexões foram feitas em um texto-quadrinhos de Maurício de Souza. Exploramos o gênero quadrinhos para mostrar que o professor, na elaboração de uma questão, precisa se preocupar em fazer de seu aluno um leitor e escritor Lerner (2002) diz que, para isso, é necessário que as questões de compreensão textual estejam direcionadas a este propósito.

Sabemos que o sentido literal dos enunciados inclui constantemente informações subentendidas, ainda previsíveis. Tendo por aproximação as informações e as discussões realizadas por Marcuschi em seu quadro teórico dos tipos de perguntas da compreensão da LDP, construímos uma questão baseada no quadrinho de Maurício de Souza. Essa questão foi fruto de uma atividade acadêmico avaliativa cujo objetivo era nos levar a refletir acerca da escolha do livro didático e do como a avaliação crítica do professor sobre um dos seus instrumentos de trabalho - em algumas salas de aula até o mais importante (quando não o único) - adotado pelo professor nas aulas de português.

A atividade chamou tanto a nossa atenção que nos aventuramos a escrever esse texto que é uma tentativa de reflexão acerca do uso do livro didático nas salas de aula, mais principalmente, sobre o tratamento que vem sendo dispensado pelo professor as questões que envolvem o item compreensão textual nos LDP. Para isso, foi construída a seguinte questão de compreensão.

Com base nos quadrinhos de Maurício de Souza reescreva as falas e escreva conforme a norma culta:


A questão elaborada a partir dos quadrinhos de Maurício de Souza reflete uma tendência muito comum nas aulas de português, quando se trabalha com a língua em uso, querer voltar-se para a norma culta para o ensino da língua padrão, pois ao se corrigir o modo de falar da personagem Cebolinha, demosntra-se uma preocupação com a norma e uma despreocupação com a compreensão textual. A questão é um exemplo típico de questões encontradas em LDP. Com esse tipo de questionamento, o máximo que se consegue em uma aula é a desvalorização das habilidades dos alunos de compreender aquilo que de fato a leitura dos quadrinhos informa: o fato de o Cebolinha que ser bom desenhista.

Para Marcuschi (2001, p.51) ), o fato é

“Que a escola trata de um falso dilema a discussão de se é mais importante”.
saber gramática ou saber o que foi que alguém quis dizer com o que disse. O
dilema: “gramática ou texto?” é um falso dilema. Não se vai longe sem gramática e não se usa a gramática a não ser para produzir textos. É desastroso para alguém se não souber distinguir entre o uso de “ao encontro de” e “de encontro a”, pois correrá o risco de dizer o contrário do que deseja, mas é igualmente desastroso se ele não conseguir entender minimamente os contratos que assina ou as instruções de uso dos aparelhos que compra”.


O autor não se vai longe sem gramática, mas não devemos usá-la sozinha. A questão elaborada, na categorização de Marcuschi, é denominada de cópia, pois o único trabalho do aluno será copiar, transcrever, isto é, passar para a norma culta. Foi proposital a elaboração da questão, esperamos com ela ter provocado naqueles que trabalham ministrando aulas de português a reflexão sobre como e o porquê se ensina a língua portuguesa, pois é urgente que o ensino da língua seja refletido pela comunidade geral e também pelos que fazem direta ou indiretamente a educação.
Na condição de educador em formação e de formadora, presenciamos muitos professores trabalhando com questões cópias, retiradas dos LDP (não estamos aqui condenado o LDP, tampouco fazendo a caça às bruxas). Queremos sim chamar atenção dos professores para o verdadeiro papel das aulas de português: a formação de comunidades de leitores e escritores de vários livros e saibam interpretar desde a propaganda, uma receita e todos os gêneros textuais de seu dia-a-dia.

Bibliografia:
MARCUSCHI, L.A. Compreensão de texto: Algumas reflexões. In: O Livro didático de Português: múltiplos olhares. Dionísio & Bezerra. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.

LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. 2007. ______________. Programa de Licenciaturas integradas. Teorias e métodos de leitura. In: Textos selecionados.
*Graduada em Licenciatura Plena em Língua Portuguesa, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú-Pará
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Artigo publicado no site: www.idepa.com.br

sábado, 13 de junho de 2009

Vamos caprichar na escolha!


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Os avanços tecnológicos têm possibilitado às escolas um suporte metodológico, necessário ao bom andamento das aulas e melhor apreensão e entendimento dos conhecimentos. No entanto, fazemos parte de uma realidade heterogênea, onde o acesso à tecnologia não chega igualmente a todas as instituições escolares, e quando chega, nem sempre encontra, pessoas capacitadas para conduzirem as aulas adequadamente o que de certa forma acaba dificultando o trabalho do educador. Desse modo, percebe-se que o livro didático ainda é presente e necessário como suporte ao ensino e aprendizagem. Assim, “mais do que contestar a existência do livro didático, trata-se de ver como anda ele hoje em dia e como poderia ser se quiséssemos ainda melhor”. (MARCUSCHI,2001). Sabemos que ainda neste ano, será feita a seleção do livro didático, que ficará por quatro anos servindo como suporte às aulas, nas escolas públicas. Portanto, cabe a nós educadores fazermos a escolha certa, tendo o cuidado em perceber, principalmente nos Livros de Língua Portuguesa- LDP, se os autores trabalham a gramática, numa perspectiva dialógica textual interacionista, cognitiva, focalizando o texto como parte da atividade discursiva, verbal e não-verbal, possibilitando ao aluno ir além da concepção da língua como representação do pensamento, para uma comunicação mais eficaz.

Desse modo, colegas professores, vamos escolher livros didáticos de Língua Portuguesa que apresentem diferentes gêneros textuais que favorecem o desenvolvimento dos conteúdos de linguagem e o estudo da estrutura desses gêneros, que contribua de fato, para o desenvolvimento das competências comunicativas, não aqueles que detem-se a trabalhar, quase que exclusivamente, a gramática pura, com suas nomenclaturas e regras desvinculadas de um contexto, sem nenhuma sequencia didática, que tanto assusta e afasta os alunos das aulas de Português.
Vale ressaltar, que as editoras já estão procupando-se mais na reformulação desses livros didáticos, pois, a maioria dos livros que está sendo catalogada na escola que trabalho já traz uma gramática interativa, com vários gêneros textuais, que
possibilitam uma melhor aproximação dos alunos às leituras significativas para suas vidas, com tipologias de perguntas que exige uma maior compreensão da realidade que vivenciamos, não apenas perguntas que exige tão somente que o aluno transcreva o texto, sem qualquer interpretação.

Sendo assim educadores, vamos caprichar na escolha! Por sabermos
que o livro didático ainda é presente e necessário como suporte às aulas, como diz Marcuschi “mais do que contestar a existência do livro didático, trata-se de ver como anda ele hoje em dia e como poderia ser se quiséssemos ainda melhor”, não podemos esquecer, que em muitas escolas públicas o uso do livro didático é frequente e necessário ao ensino e aprendizagem. Devemos portanto, optar por aqueles que contribuam bem mais na "formação de comunidades de leitores e escritores que saibam interpretar desde a propaganda, uma receita... ou seja a maioria dos gêneros textuais de seu dia-a-dia".
Um grande abraço!


Verdades da Profissão de Professor

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imagem reetirada: wordpress.com

"Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".
Paulo Freire

Estrutura de um texto dissertativo-argumentativo

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Introdução
Constitui o parágrafo inicial do texto e deve ter, em média, 5 linhas. É composta por uma sinopse do assunto a ser tratado no texto. Não se pode, entretanto, começar as explicações antes do tempo. Todas as idéias devem ser apresentadas de forma sintética, pois é no desenvolvimento que serão detalhadas.
A construção da introdução pode ser feita de várias maneiras:

constatação do problema
Ex.: O aumento progressivo dos índices de violência nos grandes centros urbanos está promovendo uma mobilização político-social.
· delimitação do assunto
Ex.: A cidade do Rio de Janeiro, um dos núcleos urbanos mais atrativos turisticamente no Brasil, aparece nos meios de comunicação também como foco de violência urbana.

definição do tema
Ex.: Como um dos mais problemáticos fenômenos sociais, a violência está mobilizando não só o governo brasileiro, mas também toda a população num esforço para sua erradicação.
Na construção da introdução, a utilização de um dos métodos apresentados não seria suficiente. Deve-se, num segundo período, lançar as idéias a serem explicitadas no desenvolvimento. Para tanto pode-se levantar 3 argumentos, causas e conseqüências, prós e contras. Lembre-se de que as explicações e respectivas fundamentações de cada uma dessas idéias cabem somente ao desenvolvimento.
Observe alguns exemplos:
· A televisão - Se por um lado esse popular veículo de comunicação pode influenciar o espectador, também se constitui num excelente divulgador de informações com potencial até mesmo pedagógico.
(as três idéias: manipulador de opiniões, divulgador de informações e instrumento educacional.)
· Escassez de energia elétrica - Destacam-se como fatores preponderantes para esse processo o aumento populacional e a má distribuição de energia que podem acarretar novo racionamento.
(as três idéias: crescimento da população e da demanda de energia, problemas com distribuição da energia gerada no Brasil e a conseqüência do racionamento do uso de energia)
· A juventude e a violência - Pode-se associar esse crescimento da violência com o número de jovens envolvidos com drogas e sem orientações familiares, o que gera preconceito em relação a praticantes de esportes de luta e “funkeiros”

Desenvolvimento
Esta segunda parte de uma redação, também chamada de argumentação, representa o corpo do texto. Aqui serão desenvolvidas as idéias propostas na introdução. É o momento em que se defende o ponto de vista acerca do tema proposto. Deve-se atentar para não deixar de abordar nenhum item proposto na introdução.
Pode estar dividido em 2 ou 3 parágrafos e corresponde a umas 20 linhas, aproximadamente.
A abordagem depende da técnica definida na introdução: 3 argumentos, causas e conseqüências ou prós e contras. O conceito de argumento é importante, pois ele é a base da dissertação. Causa, conseqüência, pró, contra são todos tipos de argumentos; logo pode-se apresentar 3 causas, por exemplo, num texto.
A reflexão sobre o tema proposto não pode ser superficial, para aprofundar essa abordagem buscam-se sempre os porquês. De modo prático o procedimento é:
Levantar os argumentos referentes ao tema proposto.
Fazer a pergunta por quê? a cada um deles, relacionando-o diretamente ao tema e à sociedade brasileira atual.
A distribuição da argumentação em parágrafos depende, também, da técnica adotada:
· 3 argumentos - um parágrafo explica cada um dos argumentos
· causas e conseqüências - podem estar distribuídas em 2 ou 3 parágrafos. Ou agrupam-se causas e conseqüências, constituindo 2 parágrafos; ou associa-se uma causa a uma conseqüência e com cada grupo constroem-se 2 ou 3 parágrafos.
· prós e contras - são as mesmas opções da técnica de causas e conseqüências, substituídas por prós e contras
· abordagem histórica - compara-se o antes e o hoje, elucidando os motivos e conseqüências dessas transformações. Cuidado com dados como datas, nomes etc. de que não se tenha certeza.
· abordagem comparativa - usam-se duas idéias centrais para serem relacionadas no decorrer do texto. A relação destacada pode ser de identificação, de comparação ou as duas ao mesmo tempo.
É muito importante manter uma abordagem mais ampla, mostrar os dois lados da questão. O texto esquematizado previamente reflete organização e técnica, valorizando bastante a redação. Logo, um texto equilibrado tem mais chances de receber melhores conceitos dos avaliadores, por demonstrar que o candidato se empenhou para construí-lo.
Recurso adicional - para elucidar uma idéia e demonstrar atualização, pode-se apresentar de forma bastante objetiva e breve um exemplo relacionado ao assunto.
Encontre uma causa e uma conseqüência relacionados à proposição abaixo e construa um parágrafo para cada argumento:
· O Brasil tem enfrentado graves problemas na área de saúde e previdência públicas
· A campanha contra a miséria e a fome está mobilizando toda a nação
Indique três causas das proposições a seguir e justifique cada uma através de uma frase
· Precariedade do sistema de transportes
· Alto índice de mortalidade infantil
· Congestionamento nas grandes cidades
Aponte três conseqüências para os temas abaixo e construa um parágrafo fundamentando cada uma.
· Baixo índice de mão-de-obra especializada
· Falta de investimento em tecnologia
· Uso de agrotóxicos
Levante um argumento favorável e um desfavorável para a proposição a seguir. Construa um parágrafo envolvendo suas idéias.
· As greves dos trabalhadores em relação à sociedade e à nação

Conclusão
Representa o fecho do texto e vai gerar a impressão final do avaliador. Deve conter, assim como a introdução, em torno de 5 linhas.
Pode-se fazer uma reafirmação do tema e dar-lhe um fecho ou apresentar possíveis soluções para o problema apresentado.
Apesar de ser um parecer pessoal, jamais se inclua.
Evite começar com palavras e expressões como: concluindo, para finalizar, conclui-se que, enfim...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Um recadinho aos estudantes

LEIA ALGUMAS DICAS PARA TORNAR MAIS PRODUTIVO O SEU APRENDIZADO, SEJA VOCÊ ESTUDANTE DO ENSINO FUNDAMENTAL, DO ENSINO MÉDIO OU ACADÊMICO, PONHA EM PRÁTICA E BASTA ESPERAR O RESULTADO... BOA SORTE

http://www.pequenoartista.com.br/pedroelisa/img/elisa_escrevendo.gif

  • Estudar mais a área do conhecimento que menos gosta;
  • Distinguir “não gostar da professora” de “não gostar do conteúdo apresentado pela professora”;
  • Não estudar somente por nota, mas estudar porque irá aprender mais;
  • Criar interesse pelo estudo, lendo cada vez mais;
  • Procurar, vez por outra, estudar com a ajuda de outras pessoas;
  • Fazer da escola um lugar de orientação, estudar mesmo é o que se faz para além da escola, por conta própria;
  • Organizar um horário para as suas atividades, reservando tempo para estudar;
  • Nas áreas do conhecimento como: Matemática, Português, o ideal é refazer as atividades dadas em sala de aula, pois é praticando que teremos a certeza de que saberemos fazer;
  • Nas áreas do conhecimento como: História, Geografia, Ciências temos que esquecer a “decoreba”. O importante é entender a idéia do conteúdo apresentado;
  • Lembrar que estudar antecipadamente só traz benefícios, então não esperar para estudar um dia antes da prova.

Pe. Adilson Schio, ms - publicado na revista Salette - janeiro e fevereiro de 2008, p. 43)